Fungos- retirado do Blog de Lescan jr
Agente: Achlya...............Doença: sem denominação técnica...............Local
Infecção: Tegumento, Nadadeiras, olhos e Brânquias
Agente: Aphanomyces...............Doença: Afanomicose...............Local
Infecção: Tegumento, Nadadeiras, olhos e Brânquias
Agente: Branchiomyces...............Doença: Branquiomicose...............Local
Infecção: Brânquias Agente: Exophiala...............Doença: Exofialose...............Local
Infecção: Sistêmico
Agente: Ichthyophonus...............Doença: Ictiofonose...............Local
Infecção: Sistêmico
Transmissão: a transmissão das doenças fúngicas ocorre de forma direta entre
peixes e ovos contaminados. A liberação de zoosporos na água permitem uma rápida
disseminação da doença num cardume. A temperatura e a quantidade de matéria
orgânica também contribuem para a reprodução e rápida disseminação dos fungos no
ambiente aquático.
Fatores Predisponentes: sabemos que os peixes estão continuamente expostos aos
fungos presentes no ambiente aquático. A presença de matéria orgânica mais uma
vez é apontada como um dos fatores predisponentes. Há ainda influência da
temperatura da água. Existem espécies de fungos que causam doença em águas
quentes, enquanto outras causam doença em águas mais frias.
No gênero saprolegnia, por exemplo temos a S. diclina mais evidente no inverno,
enquanto a S. ferax ocorre predominantemente no outono e primavera.
Sinais Clínicos: os sinais clínicos das doenças fúngicas externas correspondem
aos tão referenciados tufos de algodão. Estes tufos podem ser localizados na
pele, nas nadadeiras, na cabeça e boca. Não há desta forma uma região de
preferência significativa para o parasitismo. As lesões na pele são inicialmente
acinzentadas e/ou brancas. No caso de infecções mais severas o fungo pode
atingir até 80% da superfície do corpo dos peixes. Muitas vezes ocorrem erosões
graves que atravessam a epiderme até atingirem a derme. Assim, temos muito
freqüentemente infecções fúngicas e infecções bacterianas simultâneas. Os peixes
infectados apresentam letargia e perda do equilíbrio durante o nado. É muito
importante tomar os devidos cuidados com lesões decorrentes de brigas e/ou
captura, pois estas consistem em verdadeiros locais de fixação e constituição da
colônia fúngica.
Disfunção Osmorregulatória: um dos primeiros transtornos fisiológicos causados
pelas doenças fúngicas é o desbalanço osmótico do organismo. Este ocorre pela
perda da integridade da pele e destruição tecidual em virtude da penetração das
hifas dos fungos. A morte do hospedeiro ocorre pela alteração da pressão
osmótica com a perda de íons e hemorragias.
Atividade Enzimática: os fungos da família Saprolegniaceae (Achlya, Saprolegnia
e Aphanomyces) possuem enzimas proteolíticas ativas que contribuem com a
patogenicidade destes agentes. Estas enzimas promovem a destruição do epítelio
para permitir a penetração e fixação das hifas dos fungos.
Imunologia: a manifestação de doença fúngica nos peixes está relacionada ao
estado de imunodepressão. Imunodepressão esta mediada uma condição fisiológica
de estresse. É muito comum o surgimento de infecção fúngica em´após períodos de
queda de temperatura, ou que ocorram grandes oscilações. Condição ambiental esta
que ocorre, muito frequentemente na prática, com o Beta Splendens. Diversos
estudos, sob condições controladas, demonstraram uma alta relação entre a baixa
imunidade e os decréscimos da temperatura da água como resultantes na
manifestação de doença causada por fungos.
Visualização de regiões delineadas (círculos) e seta indicando a presença de colônias de fungos. Aspecto bem característico de tufos de algodão ainda em fase inicial.
Diagnóstico: o diagnóstico de doença fúngica é
relativamente fácil para os casos de doença fúngica externa. Para as doenças
fúngicas sistêmicas requer exames mais apurados. É muito importante realizar um
diagnóstico diferencial para protozoários Sessilidas (Epistylis, por exemplo).
Fica o alerta também para os novatos que freqüentemente confundem manchas
esbranquiçadas causadas por outros protozoários com doença fúngica, propriamente
dita. Na dúvida é sempre melhor procurar orientação técnica, uma vez que, os
tratamentos para doença fúngica são diferenciados sobre os tratamentos de
doenças causadas por protozoários. Exame Clínico - no exame clínico
(visualização a olho nu) observa-se tufos de algodão bem característicos e
manchas esbranquiçadas com um aspecto gelatinoso em alto relevo. Abaixo uma
coletânea de imagens e suas respectivas referências:
Visualização de Saprolegnia na região
lateral do corpo sob um aspecto esbranquiçado, gelatinoso em alto relevo. Fonte:
www.fishdoc.co.u
Visualização das hifas de Achlya (aspecto espetado) no interior do circulo
na região caudal e pedúnculo caudal. Fonte: Rodrigo G. Mabilia
Visualização de uma enorme infecção
fúngica com sinal bem característico de infecções externas (Saprolegnia/Achlya/Aphanomyes)
que pode também ser confundido com Epistylis. Fonte:
www.elacuarista.com
Continua em II- Guia Ilustrado - Doenças Fúngicas dos Peixes Ornamentais - por Dr. Rodrigo Mabilia